Quatro peças da colecçao de lucernas do Museu Machado de Castro, procedentes de "Coninbriga"
J. Manuel Bairrao-Oleiro
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J . M . BAIRRAO OLEIRO
(Portupl)
Quatro peça!. da colecçao de lucerna!.
do Mu!.eu Machado de Ca!.tro, procedente!. de «Conimbriga)
As rui nas do «oppidum . luso-rom ano de . Co nimbriga. estão
situadas cm Co ndeixa-a-Vcl ha na provineia da Bei ra Litora l, ao sul
do Mo ndego e a JS quiló metros de Coimbra.
Dessa vasta estação arqueoi6gica, correspo nden te :1 um coppi.
du m. 'l usi tano que deve ter sido ocupado na primei ra metade do
oi
séc ulo II A. C. o e que C fo rtemente romanizado, não temos ncnh um estudo monográfico publ icado , embo ra algu ns trabal hos dele
ocupem (1) . Rcconhecen do a abso luta necessi dade de e la bo raT-~c
um estud o mo nográ fi co de .Conimbriga:o, que incl uissc o do espolio ali. rocol hido , iniciá mos há p ouco tempo a tarefa de inventariar
lodos os materiais arqueológicos encontrados nessa estação c depo,
sit:ldos e m vários museus.
Entre estes cstá o de Machado de Castro , de Co imbra , que guaro
da a nwio r parte das »CÇas recolhidas naquele liloppidumJ) a q ue
~lini o se refere (o:N aturalis HistoriaJ), IV, 113), e que o Itinerári o
menciona enl re IlSelliumJ) (To mar) e . Aeminium. (Coimbra), na
via de O Bsipo a Bracara .
Se bem que só parcialmente excavadas, as rui nas de Conimbri,
ga já revela ram um conjunto mo numen tal de edificios, co m eno rme
( I) VeJa-se • .
por e~lo, o artigo do P rof. VER.GlLIO OORREIA : "Las mM
recient.es excavaeloDeS romana..s de lnt.erés en Portugs.l. La cJudad l5e COnIm·
obnlgn ",ln .. Archivo D-paftol de Arqueologia", núm. 43, AbrU-J unho de 19'1.
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J. M . RAIRRAO OI.E IRO
riqu eza de mosaicos, e fo rneceram a alguns museu. portugueses im,portan te espólio em pedra, metais, vidro e cerâmica. cm parte ainda inédito.
Corno avanço ao C:6tudo m o nogr áfico a Que nos referim os, c Que
é subsidiado pelo I nstituto para a Aqta Cultura, vimos dar noticia de
4 peças da colecção de lucerna s, com ma ior interesse arqueológico.
1) Lucern:! de arg~la acinzentada. com resto de an. Bico pequeno cordifo rme, com depressão na base. Um oriftcio de enchimento. «M:lrgo» com decor:lção de óvul os. No di sco,
Diâm etro; 63 milimetros. Forma : Drcssel 27 o u Walters 100
101.
Século II .o
Na base ouenta a estampilha de LCAECSAE (Luciu, Caccilim
Saccuta ris). Como se sabe, são fr ccue ntes na s luccrnas , a partir (h>
sécul o II os «fria nomina:t.
A esta lucerna se refere Leite de Vasconce'los, a pági nas 233 do
vO'lume XXIV de ..O Archeologo Portugues:t. Foi publicada. mas
sem que se c hamásse a atenção para o seu valor arqueol6gico, no
e: Bo letim da Direcção G eral dos Edifi cios e M on umentos Nacio.
naiS:t (2) .
Walters, aO publica r a colecção do Museu Britânico (3) refere-sc
a várias lucernas com a estampilha deste mc§mo fabricantc .
E o caso dos exem p'Jares núms. 1102,1149,1179,1181, 1I91 , 1192,
11 93 c 1507, Que pertencem. respcctivame ntt", às formas 99, 100, JOl,
Dr e~scl 28. 101 , 101, 101 c 95.
E curioso no ta r Que cinco delas aprese ntam, no disco , .:llli mais,
quer isol:ados. quer como elementos de uma co mposição.
Segundo T ou tain (4) o nome deste fabrica nte é dos mai s rreQuentes, apareccndo associado, algumas vezes, a determinados siIl:lis: um a palma, un pé o um ~al 0.
Aind:l segundo o mesmo :lutor, ter-sc-iam encontrado ai seus
produtos cm Roma, na lr alia Meridional, Sicília, SardC'nha e Narbonensc.
(2)
(3)
Num. 52-53 " Rulnas de Conimbrlga". fig. 61.
"Catalogue or the Greek and Roman Lamps ln the BritiSh
Museum~ ,
Londres, 1914.
(4) ML ucema" ln "DicUonnaire des Antlqultb Orecques et Romalne$" de
f3aillo e Daremberg.
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QUAntO LUCERNAS DE ..OONIMnR ICAlI
3
Podemos, p orém, ac rescentar esta lista, não só com esta 1ucerna do Museu MachaJ o de Caslro, como com o utra Que figu ra nal
colecções do Museu Arqueológico Nacion3'l, de Mad rid (5).
Luceroa de barro escuro com asa partida. Bico comprido e
arredondado, com meias volutas. Um orifi cio de enchi men to.
No disco, um pouco rebaixado. uma águia de fren te, com as
asas abertas (Lám. I, 2).
Diâmetro: 6S mi lirnc tros. Forma W alters 84/85.
CronoJ6gica mente tal V('Z so trate de um tipo de transição do século I. ~ para o 11. 0
N a base I ode ver-se a estampi lha de COPPIR ES (C. Oppius
P
Restitu lus). O nome deste fabricante encontra_se com mui ta frcQuencia , princi palmente nas1ucern as que podem classi fi ca r-se dent ro dos
grupos (J. 0 oe IV de Fink e, po r vezes, aparece associado a ce rtos
si nais: pé, fôlha , coração e as letras A, N e O.
Do M useu Britânico ci ta W alters os seguintes exemplares: 473,
612,684, fUJ, 784, 956, 993, 995, 1003, 1017 e 1045. As fo rm as representadas naquelo Museu são as seguintes: 64 (Dretisel 8), 78 (Ores2)
wl 9), 81, 85 (O,"".el 15/16) , 95 c 96.
Os animais fi gu ram, também, entre os seus mo tivos pred ilectos.
Na sua ten tativa de distribuição geográ fi ca dos produtos dos fa_
bricantes de lucernas, Toutai n (ob ra citada) diz que os de C. Oppius Rcstitutus se encontraram em Roma , toda a Ita lia , Sici\ia,
Sa rdenha, Na rbo nense e Africa.
Mas, também neste caso, se pode aume-ntar a lista.
E m Portuga'I, além desta Que est udamos , temos no ticia de outra
Que es tava no Museu do Cenác ulo, em Evora (6) .
De Villafr anca de Ilos Barros , provincia de Bada joz, cit a Mélid"
uma o utra o rnamentada com o asno de Si leno (7) .
E m Mér-ida reco lheram-se vári as com a mesma marca (8).
(&) FRANC ISCO ALVAREZ Q8S0RIO ; " Lucernaa o lé.mparas anUgulUl, de
barro ooc:ldo, dei Museo Arq ueológico Nacional " ln "Archlvo Espanol de Ar queologia", num. 49, 11)(2, pé.g. 2'n: "0. 1. L.", II, 4969, e XV, 6$0.
(6) Veja-se a Memória nÚnl. 88 da extinta J unta Super ior de EXcavactones
:y AntlgOedades, Madrid, 192'7, ~. 60.
(7) "OG.WOgo Monumental de Espa.6a. Provincla de Badajoz". I, pág. 412,
nUmero l T13.
•
(8) VICENTE BARRANTE9.~" Buros Emerlten!ões" ln " MUIJeO Espatiol de
AntlgUeda4es", tomo VO, pq-. 549, 1876.
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J . M. BAIRRAO OLEIRO
Em Tarragona, na necrópole pa loo-c ristiã, encontrou·se uma
outra ·(9).
No Museu ArQueológico de Cardava encontrei, em Maio de
1950, duas lucern:ls com a mesma marca . Ambas eram de forma 81
de Wahers, mas diferiam Quanto aos mOlivos decorativos: uma tinh:l
uma roseta de oito pontas; a ou tra, ostentava no disco, uma cena
.pornográfica e assemelhava-se bastante, pela decoração, a uma lucerna da Museu da necrópole de Carmona. Como procedentes do
Marrocos Espanhol conhecemos duas que foram descritas e publicadas por Pelayo Quintero (lO).
A primeira está ornamentada com uma roseta de 19 pétalas, ao
passo que a segunda ostenla, no disco, uma arvore e um quadrupcde
(talvez um veado).
FIg. ta - Lucerna.
circular de barro
3) Curiosa luccrna ci rcu lar, de barro escuro, sem asas e sem
bico.
Trata·se de uma espécie de escudela, de paredes obliquas, en·
curvando-se para o interior, na parte do cima.
Ao meio tem um co rpo cilindrico, C oco, na base do qual oe
abrem dois orificios altos.
Diâmetro : 68 miJimelros; altura, 45 mi límetros. Trata-se de um
exemplar ra ro .e , .por não termos dados para o fazer, não nos pro·
Olanciamos sobro a sua cronologia (fig. 1.").
(9) Ver a citada. Mem6ria núm. 88 e HUBNER, "C. I. 1..", U. 4969, 41.
(tOl "MemoriaS de los Mw;eos ArqueoJÓflk:
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OU,\0I0 I.l.JCERNAS DE e:CON1MBRI GAlI
5
Por um estudo do malogrado arqueó!ogo Rui de Serpa Pinto ,
tin hamos nOlicia de uma lâmpada que apresenta algumas semelhanças com t"8la. Difere quan to ao facto de possui r asa e uma forma
externa diferente, mas assemel ha-se pelo que diz respeito ao bocal
para a mocha (com três janelas em vez de duas) e à retntrancia da
part c superior da s ,paredes, des linada a evitar que o combuslivel
se derram:ísse.
Ci ta , ainda, este autor duas lâmpadas inédit as de. Alvarelhos c
do Castelho de Guifões, respectivamente nos Museus Antropológico e Municipal do Porto, que pouco diferiria m da d o Museu Martins Sa rmento, procede nt e de Eiriz (Paços de Ferreira).
Como não as vimos, não sabemos se serão do mesmo tipo da
do Museu Machado de Castro, ou se esta scr:í exempl:l r úni co em
Portugal (11).
4)
Fragmento de mol de para a frabricação de lucernas, em ar-
g~Ja,
Numa das faces apresenta uma pro funda depressão ci rcu1a r; na
out ra fa ce vemos a parte correspondente ao cmargo. c disco. N esta,
uma série de circulas e pequenos orificios, rodeia uma roseta saliente de IS gomos, havendo uma pequena depressão circula r que
separa o motivo decorativo do seu enquadramento (L:í m. I , númc>
ros 3 y 4) .
Não sabemos se se ter:í encontrado outro molde no País, mas
isso não' tiraria importaneia a este exemplar, pois prova- nos Que
em Co nimbriga se fabricaram luremas. Pen a é que não tenhamos
dados nenhuns sôb re as condições e ci rcu nstancias cm' Que se verific o u cste achado.
(ln RUI DE SERPA PINTO : "Museu de Martins Sanncnto. VI. Lucernas" ln "Revista de G ulmaraes " . XXXIX. 3-4, 1929.
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BAIRRAO OLEIRO. - " Quatro lu cem .. de Conlmbrlp. "
LAM. L
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LucemM procedentes
d~ "'ConlmlJr l~"
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J . M . BAIRRAO OLEIRO
(Portupl)
Quatro peça!. da colecçao de lucerna!.
do Mu!.eu Machado de Ca!.tro, procedente!. de «Conimbriga)
As rui nas do «oppidum . luso-rom ano de . Co nimbriga. estão
situadas cm Co ndeixa-a-Vcl ha na provineia da Bei ra Litora l, ao sul
do Mo ndego e a JS quiló metros de Coimbra.
Dessa vasta estação arqueoi6gica, correspo nden te :1 um coppi.
du m. 'l usi tano que deve ter sido ocupado na primei ra metade do
oi
séc ulo II A. C. o e que C fo rtemente romanizado, não temos ncnh um estudo monográfico publ icado , embo ra algu ns trabal hos dele
ocupem (1) . Rcconhecen do a abso luta necessi dade de e la bo raT-~c
um estud o mo nográ fi co de .Conimbriga:o, que incl uissc o do espolio ali. rocol hido , iniciá mos há p ouco tempo a tarefa de inventariar
lodos os materiais arqueológicos encontrados nessa estação c depo,
sit:ldos e m vários museus.
Entre estes cstá o de Machado de Castro , de Co imbra , que guaro
da a nwio r parte das »CÇas recolhidas naquele liloppidumJ) a q ue
~lini o se refere (o:N aturalis HistoriaJ), IV, 113), e que o Itinerári o
menciona enl re IlSelliumJ) (To mar) e . Aeminium. (Coimbra), na
via de O Bsipo a Bracara .
Se bem que só parcialmente excavadas, as rui nas de Conimbri,
ga já revela ram um conjunto mo numen tal de edificios, co m eno rme
( I) VeJa-se • .
por e~lo, o artigo do P rof. VER.GlLIO OORREIA : "Las mM
recient.es excavaeloDeS romana..s de lnt.erés en Portugs.l. La cJudad l5e COnIm·
obnlgn ",ln .. Archivo D-paftol de Arqueologia", núm. 43, AbrU-J unho de 19'1.
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riqu eza de mosaicos, e fo rneceram a alguns museu. portugueses im,portan te espólio em pedra, metais, vidro e cerâmica. cm parte ainda inédito.
Corno avanço ao C:6tudo m o nogr áfico a Que nos referim os, c Que
é subsidiado pelo I nstituto para a Aqta Cultura, vimos dar noticia de
4 peças da colecção de lucerna s, com ma ior interesse arqueológico.
1) Lucern:! de arg~la acinzentada. com resto de an. Bico pequeno cordifo rme, com depressão na base. Um oriftcio de enchimento. «M:lrgo» com decor:lção de óvul os. No di sco,
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Século II .o
Na base ouenta a estampilha de LCAECSAE (Luciu, Caccilim
Saccuta ris). Como se sabe, são fr ccue ntes na s luccrnas , a partir (h>
sécul o II os «fria nomina:t.
A esta lucerna se refere Leite de Vasconce'los, a pági nas 233 do
vO'lume XXIV de ..O Archeologo Portugues:t. Foi publicada. mas
sem que se c hamásse a atenção para o seu valor arqueol6gico, no
e: Bo letim da Direcção G eral dos Edifi cios e M on umentos Nacio.
naiS:t (2) .
Walters, aO publica r a colecção do Museu Britânico (3) refere-sc
a várias lucernas com a estampilha deste mc§mo fabricantc .
E o caso dos exem p'Jares núms. 1102,1149,1179,1181, 1I91 , 1192,
11 93 c 1507, Que pertencem. respcctivame ntt", às formas 99, 100, JOl,
Dr e~scl 28. 101 , 101, 101 c 95.
E curioso no ta r Que cinco delas aprese ntam, no disco , .:llli mais,
quer isol:ados. quer como elementos de uma co mposição.
Segundo T ou tain (4) o nome deste fabrica nte é dos mai s rreQuentes, apareccndo associado, algumas vezes, a determinados siIl:lis: um a palma, un pé o um ~al 0.
Aind:l segundo o mesmo :lutor, ter-sc-iam encontrado ai seus
produtos cm Roma, na lr alia Meridional, Sicília, SardC'nha e Narbonensc.
(2)
(3)
Num. 52-53 " Rulnas de Conimbrlga". fig. 61.
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Museum~ ,
Londres, 1914.
(4) ML ucema" ln "DicUonnaire des Antlqultb Orecques et Romalne$" de
f3aillo e Daremberg.
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Podemos, p orém, ac rescentar esta lista, não só com esta 1ucerna do Museu MachaJ o de Caslro, como com o utra Que figu ra nal
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Luceroa de barro escuro com asa partida. Bico comprido e
arredondado, com meias volutas. Um orifi cio de enchi men to.
No disco, um pouco rebaixado. uma águia de fren te, com as
asas abertas (Lám. I, 2).
Diâmetro: 6S mi lirnc tros. Forma W alters 84/85.
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grupos (J. 0 oe IV de Fink e, po r vezes, aparece associado a ce rtos
si nais: pé, fôlha , coração e as letras A, N e O.
Do M useu Britânico ci ta W alters os seguintes exemplares: 473,
612,684, fUJ, 784, 956, 993, 995, 1003, 1017 e 1045. As fo rm as representadas naquelo Museu são as seguintes: 64 (Dretisel 8), 78 (Ores2)
wl 9), 81, 85 (O,"".el 15/16) , 95 c 96.
Os animais fi gu ram, também, entre os seus mo tivos pred ilectos.
Na sua ten tativa de distribuição geográ fi ca dos produtos dos fa_
bricantes de lucernas, Toutai n (ob ra citada) diz que os de C. Oppius Rcstitutus se encontraram em Roma , toda a Ita lia , Sici\ia,
Sa rdenha, Na rbo nense e Africa.
Mas, também neste caso, se pode aume-ntar a lista.
E m Portuga'I, além desta Que est udamos , temos no ticia de outra
Que es tava no Museu do Cenác ulo, em Evora (6) .
De Villafr anca de Ilos Barros , provincia de Bada joz, cit a Mélid"
uma o utra o rnamentada com o asno de Si leno (7) .
E m Mér-ida reco lheram-se vári as com a mesma marca (8).
(&) FRANC ISCO ALVAREZ Q8S0RIO ; " Lucernaa o lé.mparas anUgulUl, de
barro ooc:ldo, dei Museo Arq ueológico Nacional " ln "Archlvo Espanol de Ar queologia", num. 49, 11)(2, pé.g. 2'n: "0. 1. L.", II, 4969, e XV, 6$0.
(6) Veja-se a Memória nÚnl. 88 da extinta J unta Super ior de EXcavactones
:y AntlgOedades, Madrid, 192'7, ~. 60.
(7) "OG.WOgo Monumental de Espa.6a. Provincla de Badajoz". I, pág. 412,
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(8) VICENTE BARRANTE9.~" Buros Emerlten!ões" ln " MUIJeO Espatiol de
AntlgUeda4es", tomo VO, pq-. 549, 1876.
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J . M. BAIRRAO OLEIRO
Em Tarragona, na necrópole pa loo-c ristiã, encontrou·se uma
outra ·(9).
No Museu ArQueológico de Cardava encontrei, em Maio de
1950, duas lucern:ls com a mesma marca . Ambas eram de forma 81
de Wahers, mas diferiam Quanto aos mOlivos decorativos: uma tinh:l
uma roseta de oito pontas; a ou tra, ostentava no disco, uma cena
.pornográfica e assemelhava-se bastante, pela decoração, a uma lucerna da Museu da necrópole de Carmona. Como procedentes do
Marrocos Espanhol conhecemos duas que foram descritas e publicadas por Pelayo Quintero (lO).
A primeira está ornamentada com uma roseta de 19 pétalas, ao
passo que a segunda ostenla, no disco, uma arvore e um quadrupcde
(talvez um veado).
FIg. ta - Lucerna.
circular de barro
3) Curiosa luccrna ci rcu lar, de barro escuro, sem asas e sem
bico.
Trata·se de uma espécie de escudela, de paredes obliquas, en·
curvando-se para o interior, na parte do cima.
Ao meio tem um co rpo cilindrico, C oco, na base do qual oe
abrem dois orificios altos.
Diâmetro : 68 miJimelros; altura, 45 mi límetros. Trata-se de um
exemplar ra ro .e , .por não termos dados para o fazer, não nos pro·
Olanciamos sobro a sua cronologia (fig. 1.").
(9) Ver a citada. Mem6ria núm. 88 e HUBNER, "C. I. 1..", U. 4969, 41.
(tOl "MemoriaS de los Mw;eos ArqueoJÓflk:
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OU,\0I0 I.l.JCERNAS DE e:CON1MBRI GAlI
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Por um estudo do malogrado arqueó!ogo Rui de Serpa Pinto ,
tin hamos nOlicia de uma lâmpada que apresenta algumas semelhanças com t"8la. Difere quan to ao facto de possui r asa e uma forma
externa diferente, mas assemel ha-se pelo que diz respeito ao bocal
para a mocha (com três janelas em vez de duas) e à retntrancia da
part c superior da s ,paredes, des linada a evitar que o combuslivel
se derram:ísse.
Ci ta , ainda, este autor duas lâmpadas inédit as de. Alvarelhos c
do Castelho de Guifões, respectivamente nos Museus Antropológico e Municipal do Porto, que pouco diferiria m da d o Museu Martins Sa rmento, procede nt e de Eiriz (Paços de Ferreira).
Como não as vimos, não sabemos se serão do mesmo tipo da
do Museu Machado de Castro, ou se esta scr:í exempl:l r úni co em
Portugal (11).
4)
Fragmento de mol de para a frabricação de lucernas, em ar-
g~Ja,
Numa das faces apresenta uma pro funda depressão ci rcu1a r; na
out ra fa ce vemos a parte correspondente ao cmargo. c disco. N esta,
uma série de circulas e pequenos orificios, rodeia uma roseta saliente de IS gomos, havendo uma pequena depressão circula r que
separa o motivo decorativo do seu enquadramento (L:í m. I , númc>
ros 3 y 4) .
Não sabemos se se ter:í encontrado outro molde no País, mas
isso não' tiraria importaneia a este exemplar, pois prova- nos Que
em Co nimbriga se fabricaram luremas. Pen a é que não tenhamos
dados nenhuns sôb re as condições e ci rcu nstancias cm' Que se verific o u cste achado.
(ln RUI DE SERPA PINTO : "Museu de Martins Sanncnto. VI. Lucernas" ln "Revista de G ulmaraes " . XXXIX. 3-4, 1929.
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d~ "'ConlmlJr l~"
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